Inicia-se esta quarta-feira o torneio particular de futebol mais prestigiado do mundo. Antes do pontapé de saída na edição de 2016 da Algarve Cup, WUP Sports entrevistou Mónica Jorge, diretora da FPF para o futebol feminino, e ficou a conhecer as suas expetativas em relação a esta edição – na qual espera ver bons golos e vitórias da seleção portuguesa porque “as jogadoras merecem”.
WUP Sports: Qual a importância da Algarve Cup na projeção do futebol feminino nacional?
Mónica Jorge: A Algarve Cup é uma referência internacional e tem algumas das melhores equipas do mundo. É com orgulho que dizemos que é o melhor torneio de futebol feminino a seguir ao Campeonato do Mundo e aos Jogos Olímpicos. No ano passado, das doze equipas que cá estiveram, oito foram ao Campeonato do Mundo e uma delas foi campeã mundial. É uma referência também para as jogadoras, porque todas ambicionam jogar frente às melhores – e isso nem sempre pode acontecer porque, infelizmente, ainda não conseguimos uma qualificação para um Campeonato da Europa ou do Mundo. Já o conseguimos nas sub19 e nas sub17. Por isso, as jogadoras estão sempre ansiosas por participar neste torneio.
WS: Existindo várias competições a decorrer nesta altura, desde qualificações olímpicas a outros torneios, foi mais difícil organizar esta Algarve Cup?
M.J.: Temos sempre imensas seleções interessadas em participar. Todos os anos há um lote de 20 equipas que querem vir, mas faz-se uma escolha de acordo com o ranking mundial e temos cá as equipas de top. O Algarve tem uma temperatura amena, ideal para se fazer pré-épocas ou para dar competitividade às jogadoras. Para as nórdicas é excelente e nós mantemos sempre aqui um elo de ligação com os países nórdicos que são co-organizadores e com que mantemos uma relação saudável.
WS: Já sabe se algumas das seleções que não podem estar este ano poderão regressar no próximo ano – como é o caso dos Estados Unidos?
M.J.: Não… Ainda é cedo para dizer. Tentaremos que estejam as melhores seleções. Se não estiverem os EUA, há outras seleções que poderão vir a estar. Há o Japão, a Alemanha e outras equipas que provavelmente vão aparecer nos Jogos Olímpicos. A própria Espanha já manifestou interesse em vir. A Nova Zelândia há muitos anos andava a pedir para vir, a Austrália também já nos veiculou o seu interesse – tal como a China que está a investir muito no futebol feminino e vai provavelmente ser outra potência… Portanto, este é um torneio que vai continuar a atrair e a ter o top do futebol feminino. Teremos sempre equipas do top 10 mundial e isso continuará a ser uma mais-valia para o torneio.
WS: Sente-se que a seleção feminina tem vindo a fazer uma evolução competitiva…
M.J.: Sem dúvida! É uma evolução gradual, não é um salto repentino, mas sustentado – o que é o mais importante. Estamos muito mais próximos das seleções de topo do que há dez anos. Não tem comparação. Mas, como é óbvio, temos muito trabalho pela frente para o desenvolvimento da modalidade, com o aumento de praticantes para tornarmos a liga mais rica e competitiva.
WS: Em relação à fase de qualificação para o Europeu, até onde poderá Portugal chegar?
M.J.: Se a sorte acompanhar o bom trabalho das jogadoras e o seu compromisso com o selecionador pode acontecer algo de muito positivo futuramente…
WS: Voltando à Algarve Cup, o que já nos pode dizer em relação à próxima edição?
M.J.: Em princípio voltaremos ao formato dos três grupos. Mesmo que não venham todas as que gostaríamos de ter, o importante é manter as dez equipas. Estamos sempre preparados para substituir alguma equipa que não possa vir por outra de grande valor.
WS: E o que espera, do ponto de vista competitivo, desta edição que arranca já esta quarta-feira?
M.J.: Bons jogos, bons golos e um bom vencedor. Será um vencedor novo e isso é um “refresh” motivador para as seleções que cá estão. Desde que existam bons campos, não existam problemas físicos e que sejam bons jogos para ver nos estádios e na televisão será certamente um grande torneio. Esperamos também que a nossa seleção consiga fazer boas partidas e ganhar jogos porque é importante e porque as jogadoras o merecem.
