O Sporting comunicou ontem às jogadoras de basquetebol, por intermédio do vice-presidente Vicente Moura, o encerramento da secção sénior do clube por decisão da Direção. Em declarações à WUP Sports, a capitã de equipa Inês Faustino fala de um “sentimento de tristeza e indignação” no plantel.
A internacional portuguesa lamenta não apenas a decisão, mas também a forma como o clube conduziu este processo. “Ao longo deste tempo, foram dizendo para ficarmos, transmitiram-nos a ideia que seria para continuar até porque atingimos o objetivo da permanência após uma época muito atribulada, com mudança de treinador e muitas lesões. Não estávamos à espera disto”, conta a atleta.
Na sua página oficial, o Sporting Clube de Portugal não refere a extinção desta equipa, anunciando apenas que a modalidade voltará ao clube já a partir da próxima época em escalões de formação.
Inês Faustino afirma que as jogadoras procuraram de imediato reunir-se com Bruno de Carvalho, mas foi-lhes comunicado que o presidente leonino tinha ido de férias. Ainda assim, o plantel redigiu uma carta, subscrita por todas as jogadoras, ao líder do executivo que todas publicaram também nas redes sociais.
Nessa missiva pode ler-se: “Recebemos a lamentável notícia de que a equipa sénior feminina de basquetebol será extinta, na sua estreia na Liga Portuguesa Feminina (…) Concluímos que não acreditaram em nós, que não somos parte, e que apesar de sermos todos Sporting Clube de Portugal, nem todos fomos tratados com tal dignidade.”
E continua: “Esta modalidade não é uma modalidade amadora, há mulheres profissionais e como em qualquer profissão, vivem e organizam a sua vida de acordo com as propostas e acordos realizados atempadamente. Terá sido este o melhor timing? (…) E agora? Após 17 anos de ausência, retomadas as esperanças neste novo projeto, encerra-se assim, mais uma vez, a tentativa de reerguer o basquetebol no Sporting Clube de Portugal ao fim de 8 meses. Larga assim o forte Leão a sua cria?”
A capitã leonina espera que ainda seja possível reunir com a Direção do clube para que esta reconsidere, mas até ao final da tarde desta terça-feira as jogadoras ainda não tinham obtido qualquer resposta. Apenas o comandante Vicente Moura se referiu, em declarações à Lusa, a esta situação, dizendo que o Sporting não poderia “continuar a investir forte numa equipa na Liga Feminina, sem termos retorno desportivo”.