Se regressar do Rio de Janeiro sem medalhas, a seleção de natação sincronizada do Japão terá sido um fracasso. São as próprias atletas que o reconhecem e é este o patamar de expectativas dos nipónicos após o regresso de Masayo Imura, conhecida como a “mãe da sincro”, ao comando da equipa nacional. Vista como “traidora” por alguns japoneses por ter comandado (e conquistado medalhas) pela rival seleção da China, Imura volta a ser figura de referência no seu país.
As olimpíadas de Pequim 2008 e Londres 2012 foram difíceis para os japoneses no que respeita à natação sincronizada. Nas primeiras, a “sua” Masayo Imura orientava a China e conseguia suplantar os nipónicos na prova por equipas. Nos Jogos Olímpicos de Londres, o Japão não conseguiu qualquer medalha, enquanto a China alcançou uma prata e um bronze.
Antes de aceitar o convite da China, Imura tinha sido a dinamizadora da natação sincronizada no Japão. Primeiro como atleta, depois como treinadora. Sob a sua orientação, as equipas nipónicas ganharam sempre medalhas nas Olimpíadas. É também por isso que os japoneses estão convictos que a história se vai repetir. Além disso, após o regresso de Imura, em 2014, os resultados foram imediatos: duas medalhas de bronze (equipas e duetos) nos Campeonatos do Mundo desse ano.
Conhecida pelos seus duros métodos de treino, Masayo Imura explicou em conferência de imprensa que a sua fórmula é “treinar até estar satisfeita.” Mas talvez o que melhor traduza o seu pensamento é a reação aos receios suscitados pelo vírus zica, transmitido pela picada do mosquito: “As atletas de natação sincronizada não têm tempo para sair e relaxar em parques.”